quinta-feira, 28 de julho de 2011

CRACK " A CHUPETA DO DIABO"

CORDEL DO CRACK
"A CHUPETA DO DIABO"

Ó Deus pai onipotente
Nos salva, nos auxilia!
Precisa ter um remédio
Qualquer tipo de alquimia
Pra fazer quem tá no crack
Se livrar dessa agonia


O viciado em crack
Rápido se reconhece
Pois a feição dele muda
De tanto que ele emagrece
Tem um olhar tão perdido
Que de vidro se parece


Ele também perambula
Dia e noite sem parar
Parece que essa droga
Dá pra o povo caminhar
Tem é muito na estrada
Você pode observar


Não há dinheiro que chegue
Pra esse vício sustentar
A vontade ela não passa
É mesmo para endoidar
Quanto mais o cabra fuma
Da vontade de fumar


Nessa vida fissurado
Só pensando em se drogar
Ele tem que ter dinheiro
Para poder ir comprar
É quando o bicho pega
E começa a complicar


Já está endividado
E não tem como pagar
Traficante não espera
Ajoelhou tem que rezar
Ou paga a droga dele
Ou se não vai se lascar


Aí começaa mentir
Às vezes passa a roubar
Primeiro é a família
Que é pra ele praticar
Batedeira, ferro elétrico
Tudo que poder levar


Quando acaba vai pra rua
Vai pra fora se arriscar
Ô que triste situação
Que drama familiar
Mas a droga que comprou
Ele vai ter que pagar


O trabalho não tem mais
Amigos também não há
Pois do jeito que ele fica
Quem é que vai ajudar
A pessoa tá largada
Fedendo que nem gambá


Só resta a cracolândia
Esse monstro de lugar
Ambiente mais horrível
Que dá medo só de olhar!
Mas ali que eles ficam
É ali que vão parar


Do Ceará a São Paulo
Já virou calamidade
O crack se espalha tanto
Na maior facilidade
Que se Dilma não cuidar
Vai virar calamidade


É triste ver esse povo
Fumando pra se acabar
São jovens e quase sempre
Tudo bom de trabalhar
Mas estão sem esperança
Nunca conseguem parar


Num país que quer ser rico
Isso é inadmissível
Pois nem a seca do sertão
No momento mais horrível
Conseguiu fazer um quadro
Dum modo tão incrível


Como pode ser assim
Diga lá por caridade
O cara virar zumbi
Parecendo entidade
Essa droga é da bixiga!
Isso sim que é maldade


Tinha que ter um remédio
Para nunca mais fumar
Um negócio eficiente
Pra esse vicio abandonar
Tipo: tá vindo vontade?
Se ajoelhem vão rezar!


Mas não tem remédio não
Não tem nada pra curar
Única coisa que tem
Que dá pra remediar
É prevenir nosso povo
Para nunca experimentar


Por que dizem os doutores
Que já foram pesquisar
Que precisa só dum trago
Uma vez pra viciar
Pois a droga ela tão forte
Que nem dá pra acreditar


Basta só alguns segundos
Que abicha sobe na mente
E por uns cinco minutos
Disseram que normalmente
É o tempo que ela fica
Na cabeça dum vivente

Nesse momento o drogado
Vai pra mais alta montanha
Pensa que é um gigante
Pois um estase acompanha
Mais passado um instante
Numa rapidez tamanha


Aquela onda que subiu
Desce abaixo do normal
Ele despenca do alto
Dum jeito descomunal
É a depressão que chega
Do seu jeito mais brutal


É quando vêem fantasma
Livosias pra danar
E acham que todo mundo
Tá querendo lhe pegar
Por isso procuram cantos
Mas escuros pra ficar


A onda durou tão pouco
Tem que ir atrás de mais
E é isso que lhe torna
Um adito contumaz
E não pode controlar
Como já se disse atrás


Mas se a noite foi boa
Se deu muita cachimbada
Amanhecem pelo chão
Que não prestam mais pra nada
É o que a gente vê
Quando passa na calçado


É assim a triste história
Que ninguém quer escutar
Mas se não falarmos disso
Como é que vai ficar?
Cada um faz sua parte
Esse cordel vai ajudar

Fim