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Muita gente vem pra Porto
No verão e carnaval
Todo mundo se diverte
Nas praias de Arraial
O lugar é freqüentado
E é tudo natural
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A vila é paradisíaca
As praias são bem pertinho
Tem casas pitorescas
Com igreja num cantinho
O cenário é preparado
Até canta passarinho
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Da igreja o sino toca
Chamando pra oração
Mas o povo nem se importa
Tão ali pra diversão
Pra o capeta, comer peixe
E quem sabe um camarão
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O sino torna a tocar
Ninguém larga as caipirinhas
Mas a missa tem início
Com um grupo de velhinhas
Que de rosários na mão
Estão bem comportadinhas
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É que elas fazem parte
Dum rodízio de velhinha
Cada dia aumenta mais
Para dá uma ajudinha
E com elas a igreja
Muito firme se encaminha
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- é verão tá muito quente
É a mesma ladainha
Que o povo sempre inventa
Para dá escapadinha
O turista quer curtir
Pois não larga a caipirinha!
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E por causa do rodízio
Vez em quando um aparece
Bate uma fotografia
Mas logo desaparece
Às vezes entra de sunga
Pois nem sabe o que acontece
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Só que fé não sai férias
Nem tão pouco a educação
Aprendendo nossa história
Se é um turista ou não
Só estamos preservando
Uma forte tradição
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Será que ninguém se lembra
Da santa água da bica
Das curas tão milagrosas
Que o Papa muito autentica
Não se lembram que de baixo
Da igreja a bica fica?
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Por que em 15 de agosto
Tão poucos romeiros vêm
Se a água ainda jorra
Se milagre também tem
Se as velhinhas estão lá
E sino toca também
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Que que está acontecendo
É diferente de Belém?
No círio de Nazaré
É gente que vai e vem
Dois milhões já se contou
E aqui tá tão aquém.
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Ninguém sabe este mistério
A culpa padre não tem
Nem tão pouco a corredeira
Pois o fluxo se mantém
Até cego foi curado
E enxerga tudo bem
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Náufragos já foram salvos
Acidentados também
Veja a sala dos milagres
Ex-voto é o que tem
Tem perna, braço, pescoço
Monóculos tem uns cem
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E as fotos de 3X4
De corpo inteiro e de frente
As provas que tem na sala
Não é o suficiente
Se aquilo não for verdade
Nós precisamos de lente
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Talvez ninguém mais lembre
Como a santa água jorrou
Esqueceram das histórias
Que contava seu avô
Pois o povo já não sabe
Como a santa aqui chegou
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Que na barca dos Jesuítas
Num altar se acomodou
Que padre Manuel da Nóbrega
Muito se emocionou
Com a viagem tranqüila
Que o mar nem balançou
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Nossa senhora d`Ajuda
Do Portugal foi que veio
De milhares de quilômetros
Há quatro séculos e meio
Veio ver Brasil nascer
Pra lhe emprestar o seio
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E o povo tá esquecendo
Os valores que ela tem
Se viram para outro lado
Um lado que lhe convém
Mas só Deus e a mãe dele
É que faz um Brasil bem
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África América e Índia
Igreja não lhe faltou
Onde português esteve
Altar pra Ajuda ajeitou
Arraial é um exemplo
Que o cordeleiro encontrou
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Nossa senhora d`Ajuda
Não esqueça o Brasil
A coisa agora é fraca
Pouca ovelha no redil
Algum dia aumenta mais
Seremos umas cem mil
Um comentário:
Manuel meu querido, vc é ótimo!
fiz um verso tambem, depois dividirei com vc.. Beijo da amiga Maíra
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